Título Original: We Need To Talk About Kevin
Ano: 2011
Direção: Lynne Ramsay
Gênero: Drama, Suspense
Nacionalidade: EUA
Sinopse: Eva (Tilda Swinton) mora sozinha e teve sua casa e carro pintados de vermelho. Maltratada nas ruas, ela tenta recomeçar a vida com um novo emprego e vive temorosa, evitando as pessoas. O motivo desta situação vem de seu passado, da época em que era casada com Franklin (John C. Reilly), com quem teve dois filhos: Kevin (Jasper Newell/Ezra Miller) e Lucy (Ursula Parker). Seu relacionamento com o primogênito, Kevin, sempre foi complicado, desde quando ele era bebê. Com o tempo a situação foi se agravando mas, mesmo conhecendo o filho muito bem, Eva jamais imaginaria do que ele seria capaz de fazer.
Fonte
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É um desafio escrever sobre esse filme, pois se trata de um dos que eu mais gostei em toda a minha vida.
Aqui estou pensando no que exatamente falarei sobre Precisamos Falar Sobre o Kevin. Que o roteiro é sensacional, e os atores são estupidamente incríveis, isso é óbvio. Tilda Swinton é na minha opinião, uma das maiores atrizes britânicas que existe. E não vejo a personagem Eva Khatchadourian sem outro rosto que não seja o dela. Mesmo se eu tivesse lido o livro antes, ou nunca ter visto o filme, eu olharia pra Eva olhando a Tilda. Ela consegue o que poucos conseguem: Transmitir um personagem apenas com o olhar. Você olha nos olhos de Tilda e você sente a Eva. As poucas falas que Eva tem no seu momento atual no filme são o suficiente. Você a vê. É daquelas pessoas que você instantaneamente diz "Eu sei". E não teria melhor escolha, Tilda é maravilhosa!
Outra escolha que foi mais que perfeita, foi Ezra Miller. O jeitinho de menino "gótico" sem as roupas pretas é encantador. É um jovem ator que também consegue transmitir o que sente pelo olhar. Mas ao contrário de Tilda (e Eva), era um tanto impossível saber o que Kevin sentia. Seria como desvendar como a mente louca de um psicopata trabalha. E isso foi tão bem mostrado pelo Ezra, que você certamente não pensa em outra pessoa melhor pra encarnar esse personagem.
A história é muito boa. Lida com tantos aspectos, que é difícil você designar uma só para o foco do filme. Sim, o foco do filme é o Kevin, mas tudo que está em volta dele também são pontos muito importantes que faz uma diferença enorme na vida do personagem. Eu fiquei tão encantada com a história que eu tive que comprar o livro. Eu precisava saber mais e mais de como foi o processo dessa "novela" toda. É daqueles filmes que eu realmente gostaria que durasse 3, 4 horas seguidas de tão bom que é acompanhar os mínimos detalhes. Seja no fato do olhar, do andar, até mesmo roendo as unhas, chupando uma lichia, raspando tinta no vidro da janela, enfim, pequenos detalhes que você se perde imaginando o quê a mente do personagem está trabalhando naquele momento.
Trilha sonora mais que sensacional. E visualizo bem o quão inteligente foi as escolhas para compor as cenas. Nada de suspense forçado. Não é isso o que filme traz. Então, gostei muito da parte sonora, foi bem interessante.
Outro detalhe que me chamou muito a atenção foi as escolhas dos Kevins. Pode parecer balela, mas vejo muita desconexão física entre atores que interpretam o personagem mais novo e o mais velho. Se queremos fazer do filme algo realista, temos que ser realistas nesse ponto e isso é importantíssimo. Os dois garotinhos que interpretaram Kevin quando criança são muito parecidos com Ezra e eu fiquei muito feliz de saber que há alguem que se preocupa com esses detalhes.
Recomendo tanto que assistam ao filme, e se te encantar como meu encantou, leia o livro, ou vice-versa... Mas seria bem legal que acompanhassem os dois, pois é sim, uma história incrível merecida de ser lida e vista por muita gente!
Nota: 10/10